Central do Macaé está se destacando na Superliga (Foto:Cinara Piccolo/Vipcomm) |
Dificuldades, desafios, novidades, surpresas... Para quem quer chegar ao topo do esporte de alto nível, é quase que obrigatório a passagem por essas etapas. Na Superliga de vôlei não é diferente, todos os atletas têm a sua história para contar. Quando a competição começou, em Dezembro, por exemplo, poucos conheciam essa menina. Aos 24 anos de idade, Alanna Thais Silva, ou simplesmente Alanna, era 4ª opção da posição de meio-de-rede do Macaé. Agora, quase na metade da Superliga, ela é uma das principais jogadoras da equipe e em pouco tempo, já se destaca como uma das revelações da competição.
O talento de Alanna bem que poderia estar desfilando em outros tipos de quadra. Com 13 anos, a garota começou sua carreira esportiva na equipe de Futsal de sua cidade natal, Valinhos-SP. Mas sua altura chamava bastante a atenção do técnico de vôlei da cidade, quando ambos se encontravam na Secretaria de Esportes da cidade ou no ginásio. Por várias vezes Alanna foi convidada para entrar na escolinha de vôlei, mas ela recusava. “Na época o voleibol não me atraia nem um pouco, e também não teria como conciliar os dois esportes e, como eu preferia o futsal, não aceitava os convites dele.”
Em 2003 a história mudou. Alanna deixou a equipe de Futsal e após ficar 2 meses em casa sem praticar esportes, sentiu falta e foi procurar o professor que a convidou na Secretaria de Esportes. “Ele até se surpreendeu quando fui procurá-lo, pois sempre disse a ele que não gostava de voleibol. Comecei na escolinha, mas após uma semana, ele me convidou à fazer parte da equipe infanto-juvenil que representava a cidade nas competições.”
A partir de 2007, Alanna começou a conciliar o voleibol e os estudos, dando exemplo para as jovens jogadoras da base brasileira. “Sempre quis cursar faculdade e como minha renda não permitiria bancar isto, resolvi procurar uma equipe que oferecia bolsa de estudo, foi quando vi no site da APV uma peneira em São João da Boa Vista e resolvi ir fazê-la. Acabei passando e foi quando sai de casa para jogar voleibol.”
Nos anos seguintes Alanna jogou no Luso Bauru. Seu talento já despertava os olhos de técnicos de todo o mundo e até propostas do exterior ela chegou a receber nesse tempo, mas sua prioridade era concluir o curso de fisioterapia na Faculdade Anhanguera de Bauru. Jogando por lá, Alanna viveu seu melhor momento no vôlei, conquistando vários títulos como os Jogos Regionais, Jogos Abertos do Interior e o Paulista da 1ª Divisão. “Foi durante minha passagem por Bauru que decidi que queria seguir a carreira de atleta profissional.”
Com a faculdade quase concluída (ela só não conseguiu completar os 20 dias de estágio obrigatório por conta dos treinos, mas pretende completá-los assim que terminar a Superliga), Alanna resolveu aceitar uma proposta para jogar na Indonésia. “Fiquei 3 meses na Indonésia, pois o campeonato lá é curto, tem duração de apenas 4 meses, mas como meu time não se classificou para as finais, acabei voltando com um mês de antecedência. Sofri bastante. Minha experiência na Indonésia foi bem diferente. Eles foram muito receptivos e cuidaram bem de mim com assistência necessária.”
Em quadra, Alanna não teve grandes problemas e até viveu dias de popstar. “A comunicação não foi muito difícil, pois o técnico e duas atletas falavam inglês. Lá todos os jogos eram com ginásio lotado, pois o povo gosta muito de acompanhar o esporte, e ao final dos jogos muitos vinham tirar fotos e pedir autógrafos, principalmente para os estrangeiros. Nos sentíamos como celebridade.”
Em seu retorno ao Brasil, em maio de 2011, Alanna foi para Chapecó, defender o time local no Estadual, nos jogos universitários e na Liga Nacional. Novamente ela recebeu proposta para deixar o país, mas um desejo falou mais alto. “Dessa vez resolvi ficar e tentar uma oportunidade de jogar a Superliga, pois é uma competição que desde que decidi seguir a carreira no voleibol tive vontade de participar, afinal é onde estão as melhores equipes do Brasil.”
Com a ajuda de sua empresária, Alanna teve a oportunidade de integrar a equipe de Macaé e realizar seu desejo e desde então não vem decepcionando. Contratada para ser a 4ª reserva, a central rapidamente mostrou sua qualidade e na estréia do time na Superliga, contra o Praia Clube, ela foi titular, anotando 4 pontos, com destaque para um ace durante a partida. Até a 10ª rodada, Alanna atuou em todas as partidas, sendo 6 delas como titular, marcando um total de 27 pontos, sendo um dos destaques do time.
Sobre seu momento no clube, a atleta destaca o fato de poder aprender com as atletas experientes e crescer tecnicamente. “A experiência está sendo muito boa, principalmente por poder conviver e aprender com atletas mais experientes, como a Edna, que sempre acompanhei nas outras Superligas admirando o trabalho dela, e hoje, nos treinos, observo bastante para poder aprender o máximo para meu crescimento.”
Com muito tempo de carreira pela frente, Alanna se encanta cada vez que entra em quadra, tendo ainda mais motivação para fazer seu melhor e ajudar o Macaé a se recuperar na SL. “Entrar em quadra é uma sensação inexplicável. ver do outro lado jogadoras de nível de seleção ou que são vistas como exemplo, e poder estar enfrentando elas dá meio que um sentimento de orgulho por me sentir capaz e apta pra estar ali tentando vencê-las. Por isso cada vez que entro em quadra tento dar o meu melhor. Estamos num momento difícil, onde as vitorias estão escapando de nós por alguns detalhes, mas estamos trabalhando muito para acertar e continuamos motivadas e temos certeza que logo alcançaremos essas vitórias tão esperadas.”
Divulgação
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