No dia 2 de outubro, a ponteira Regiane Fernanda Aparecida Bidias completa 24 anos. Na equipe Unilever desde 2004, é, ao lado da ponteira Amanda, a mais antiga do time. Régis, como é carinhosamente chamada, é "sócia-fundadora" da República da Unilever, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. E como antiguidade é posto, é considerada a "síndica" do apartamento.
Espirituosa e alegre, a paulista de Piracicaba, de 1,90 m, tem quatro títulos conquistados pelo clube na Superliga. Nesta entrevista, Regiane, que também tem em seu currículo os títulos de campeã no Mundial Militar (2010) e no Mundial Juvenil (2006), conta que sonha em voltar à seleção brasileira adulta, fala de suas experiências curiosas no Exército e diz que foi na Unilever que realizou o primeiro objetivo na vida pessoal: comprar uma casa para a família.
Como foi o início de sua carreira?
Regiane - Comecei a jogar vôlei aos 12 anos, depois de ter passado por outros esportes, como atletismo e basquete. No começo, minha mãe não aprovou a escolha. Às vezes, depois da escola, eu chegava a fugir para treinar no Clube de Campo de Piracicaba.
Como foi sua experiência como titular da equipe brasileira no Campeonato Mundial Militar, disputado em junho, na Carolina do Norte (EUA)?
Regiane - Fiquei muito feliz por jogar como titular pelo Exército brasileiro. Foi uma experiência legal e estimulante representar o País atuando ao lado de pessoas diferentes, com um comando diferente. Gostei muito e aprendi importantes lições.
O que as experiências que você teve no treinamento do Exército podem trazer de positivo para sua vida como jogadora da Unilever?
Regiane - Fiz coisas que nunca imaginei na vida, como atirar com fuzil e pistola. Nunca pensei que um dia fosse tocar nesses objetos. Confesso que tenho muito medo... (risos). No primeiro treinamento, quando deram o primeiro tiro, eu me assustei com o barulho e com a capa da munição, que veio parar na minha cabeça. Quando atirei pela primeira vez, quase errei o alvo. Fiquei tremendo durante certo tempo. No Exército, aprendi a valorizar ainda mais o respeito e a disciplina, duas palavras que vou levar para sempre comigo. Uma lição para a minha vida pessoal e profissional no time da Unilever.
Você é a jogadora mais antiga no time, ao lado da Amanda. O que representa a equipe Unilever em sua vida?
Regiane - A Unilever é muito importante para mim. Quando cheguei, fui recebida de braços abertos e sempre houve muito respeito por parte da empresa e da comissão técnica. No time, ganho o meu pão do dia a dia. Jamais vou esquecer que foi na equipe Unilever que consegui atingir meu primeiro objetivo pessoal: comprar uma casa para minha família.
Como está a preparação em busca do sétimo título da Unilever na Superliga?
Regiane - A cada dia, penso como tem de ser minha atuação para ajudar o grupo a atingir esse tão sonhado objetivo. Com certeza, quero estar melhor do que na temporada passada. Por isso, treino cada dia mais focada em melhorar o passe, fundamento em que ainda sofro muito. Mas estou me aprimorando.
Desde 2004, quando chegou ao time, você mora na República da Unilever. Conte uma passagem divertida que viveu no apartamento.
Regiane - São muitas, infinitas! Mas sempre gosto das sessões de cinema no meu quarto, principalmente quando assistimos a filmes de suspense e terror. As festas-surpresa de aniversário também são bem animadas.
Qual seu principal objetivo na carreira? Você sonha em voltar à seleção?
Regiane - O meu principal objetivo é disputar uma Olimpíada, de preferência como titular. Quanto à seleção, estou trabalhando para voltar a estar entre as jogadoras convocadas, com certeza. Afinal, o sonho de todo atleta é poder representar seu país.
O que é mais difícil: ser eficiente no saque ou na defesa?
Regiane - Ser eficiente no saque é sempre mais difícil. É um momento em que a jogadora está sozinha, com Deus e a bola. Na hora da defesa, você sempre tem as companheiras por perto, ajudando.
E a Regiane torcedora, pronta para vibrar nos Mundiais de Vôlei? Quais as chances das nossas seleções?
Regiane - Vou estar na frente da TV, acompanhando os jogos, como sempre faço. As duas seleções têm condições de fazer ótimas apresentações e representar bem o Brasil. É importante a gente passar energia positiva.
Quais seus ídolos no vôlei?
Regiane - Os meus ídolos são a Leila e o Giba. Eles me inspiram bastante por serem jogadores guerreiros.
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