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quinta-feira, 29 de abril de 2010

(RUSSO) "Carente" do Brasil, Paula diz não ter crescido profissionalmente na Rússia

"Não tem muito o que aprender aqui. É uma filosofia diferente", disse a ponteira brasileira, que criticou a parte tática e o excesso de zelo com o físico
Prestes a encerrar sua primeira temporada fora do país, a atacante Paula Pequeno admite que os meses passados na Rússia não a fizeram evoluir profissionalmente. A atleta, que no próximo fim de semana inicia a decisão do Campeonato Russo, não descarta voltar ao Brasil na próxima temporada.

"Profissionalmente, não está sendo muito difícil. Não tem muito o que aprender aqui. É uma filosofia diferente", comentou a ponteira do Zarechie Odintsovo. Ela enumera uma série de pontos negativos do voleibol do país campeão do mundo em 2006. "O treinamento, a prioridade que se dá à parte física, a parte tática é defasada", lamentou.

Além do aspecto profissional, o intenso frio russo, o idioma completamente estranho e a distância de familiares e amigos foram enormes obstáculos na empreitada da brasiliense. Tanto que ela não esconde a saudade de casa, exarcebada com a conquista do Sollys/Osasco na última Superliga feminina de vôlei, há quase duas semanas.

"Estava no vestiário para jogar a segunda partida da semifinal e liguei para a minha mãe pedindo para ela me mandar o resultado. Fiquei felicíssima com a vitória do Osasco e muito emocionada com a homenagem das meninas (No pódio, Natália e Adenízia levantaram um cartaz no qual estava escrito: "Paula, este também é seu"). Você fica carente deste calor, de ver a vitória do time do seu coração. Dois dias depois eu ainda chorava quando lembrava", confessou.

Nem tudo, porém, é lamentação para Paula. "Apesar de eu ter sofrido muito aqui, estes meses fora estão sendo muito bons para o meu amadurecimento pessoal", avalia a jogadora. Sobre a próxima temporada 2011, a jogdora diz ainda não ter avaliado propostas recebidas. "Enquanto não acabar a final aqui, não penso em nada direito. Só depois vou escutá-las e ver", afirmou.

Os fãs verde-amarelos, entretanto, podem ficar felizes: é real a chance de a estrela fazer o caminho de volta. "Sempre tem a possibilidade de voltar ao Brasil, essas propostas nunca vão ser tiradas", garantiu a ponteira, que não necessariamente voltaria para o Osasco. "Como sempre fui muito ligada ao time, nunca tive muitas ofertas de outros clubes brasileiros, mas eu defenderia qualquer time sem problemas", destacou.

Sentimento bom
Encerrada a temporada na Rússia, Paula Pequeno volta ao Brasil para iniciar os treinamentos com a seleção brasileira feminina de vôlei. E a MVP da Olimpíadas de Pequim garante estar com um sentimento positivo com relação ao principal desafio da temporada: o Mundial, de 29 de outubro a 14 de novembro, no Japão.

"Eu, pessoalmente, estou sentindo que nós vamos ganhar o Mundial. Vai ser muito difícil, mas vamos ganhar", comentou a atacante. De acordo com ela, a sensação é parecida com a de antes das Olimpíadas, competição que ela avalia ser tão importante quanto o Mundial. "A Olimpíada só chama mais atenção", destacou.

Quanto à decisão do Campeonato Russo, Paula Pequeno acredita que o Zarechie Odintsovo é favorito, apesar de o Dínamo de Moscou ter terminado a fase de classificação em primeiro lugar. "Nosso time está em outra fase, temos trocado muitas informações", destacou a jogadora, que só tem a também Walewska como compatriota na equipe. "Uso de tudo um pouco: russo, inglês, português, mímica... vou voltar craque em mímica", brincou.

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