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sexta-feira, 30 de abril de 2010

(SUPERLIGA) "Cara" da final, Lorena diz que, no início da Superliga, sonhou em título contra a Cimed


“Pelo menos metade já deu certo”, brinca o jogador do Montes Claros, que disputa no sábado a decisão contra o Cimed

Ele tem 31 anos, voltou ao Brasil nesta Superliga depois de quatro anos na França e um na Itália e virou ídolo. Lorena é o oposto e a referência do Bonsucesso/Montes Claros, que encara a Cimed na final da Superliga 2009/2010 neste domingo. Ele é melhor sacador e pontuador da competição, diz que sonhou com a final logo no começo da temporada e promete fazer bonito na decisão. Conheça um pouco mais do “cara” da final.

 
Sonho com a final

“A gente fez um trabalho com a Lígia (Oliveira, psicoterapeuta) e eu escrevi num papel que eu tinha sonhado que a nossa equipe tinha chegado à final da Superliga contra a Cimed, era um ginásio muito grande, lotado, e nós tínhamos vencido. Em dia desses estava conversando com ela num jantar e ela perguntou se eu lembrava daquilo e disse 'nem me fale'. Comentei com os jogadores: "não sei se nós vamos vencer, mas pelo menos metade do sonho já deu certo."

Fome de bola

“Sou fominha mesmo. Desde moleque eu fui muito brigão. Não importa quem está do outro lado. Penso que ele tem dois braços e duas pernas como eu e posso vencer. Sempre tive isso na cabeça."

Relação com o time

“O Rodriguinho é muito calmo e eu dou muito trabalho para ele. Tem horas que ele fala: ‘meu, deixa outros jogadores atacarem!’. Mas eu falo, ‘não, sou eu quem tenho que atacar, coloca tudo para mim’. Posso estar mal no jogo, mas eu brigo com ele toda hora. Ele é um excelente levantador que tem uma paciência enorme comigo dentro de quadra. Se fosse outro louco como eu, a gente já teria saído no tapa. Para me agüentar dentro de quadra ele sofre muito."

O outro "esquentado"

"Ezinho é um jogador que eu gosto muito. Depois de mim, acho que ele é o que mais briga e cobra bastante. Eu sou o mais brigão, mas quando ele está em quadra ele briga bastante comigo e bate até de frente. Quando estou mal, perdendo todas as bolas e ele está em quadra, ele começa a me xingar, no bom sentido. Ele fica cutucando tanto que, chega uma hora, eu consigo entrar no jogo”.

No final, a amizade

“Sempre acreditei nesse grupo. No primeiro treino eu já acreditei porque encaixou muito rápido. A adaptação foi muito rápida. Acaba o treino a gente fica ainda 10, 15, 30 minutos batendo papo, dando risada. É difícil ver isso num grupo. Normalmente, cada um pega a mala e vai embora. Nesse time não. Não está cansativo, está gostoso." 

Briga só em quadra

“Às vezes eu pareço ser meio ansioso, meio elétrico. Mas eu sou mesmo é muito agitado. Para jogar e para treinar, tem horas que eu não sei o que eu estou fazendo. Mas saindo daqui, eu sou igual a uma mosca. É mais fácil as pessoas baterem em mim do que eu reagir. Parece que eu me transformo, não sei o que acontece.” 

Braço louco

“Sou chamado assim porque ataco para todos os lados. Eu sou canhoto e isso me ajuda mais do que um destro, porque eu tenho toda a quadra para atacar na diagonal e tenho a paralela também. Isso atrapalha muito na marcação. Eles (adversários) ficam falando isso porque não sabem para onde vai a bola."
 
Novo ídolo

“Eu acho bacana, mas isso aqui é tudo passageiro. No próximo ano, pode ser a nossa ou outra equipe que vai chegar à final e vão ter novos ídolos. Gosto do lado do reconhecimento. Eu levei a sério, me dediquei, dormi cedo, fiz algo a mais e o reconhecimento do seu trabalho é muito bacana. Você parar e as pessoas falarem ‘pô, você está jogando bem, parabéns’. Eu quero treinar mais e quero sempre ter isso. Mas isso de fama... Eu não sou famoso! Isso não mudou o meu jeito. Tenho mais amigos e minha família em Lorena, tenho esse jeitão meio de maluco..."

Cabeça na decisão

“A ficha está caindo agora, de pouquinho em pouquinho, que nós chegamos aqui e estamos treinando. Se você olhar para a gente, parece que nem chegamos à final. Eu não vejo ansiedade em ninguém e acho até estranho. Acho que no sábado vai cair realmente a ficha de olhar para o ginásio, ver tudo cheio e pensar: ‘Acho que é verdade’.” 

A grande final

“Acho que vai ser equilibrada e vai depender do dia e do espírito de cada um. Se eu estiver num dia mais solto, acho que posso estar marcado que vou conseguir colocar bastante bola no chão. Também posso estar num dia ruim e não conseguir fazer nada disso, mas como é final, pode ter certeza que vou brigar bastante. Se vou jogar bem ou mal eu não sei, mas vou brigar até o último ponto e vou dar a minha vida” 

Resultado do jogo

“Se eu pudesse pedir, eu pediria muito que fosse 3 a 2 esse jogo, pelo que foi a Superliga, pelo espetáculo, pelo que as duas equipes demonstraram. Ia ser um baita jogo, um baita espetáculo e o público iria agradecer. Acho que um 3 a 0 seria muito triste para qualquer um”.

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