A levantadora Roberta, de 20 anos, recém-chegada à equipe feminina de vôlei da Unilever, se sente "em casa". Foi justamente no Programa Esporte Cidadão Unilever, que a jogadora começou no esporte, em Curitiba, em 1997. "Resolvi integrar o programa da Unilever (antiga equipe Rexona) para acompanhar minha irmã, Fernanda. Acabei passando na peneira e ficando no esporte. Aos 8 anos, conheci o Bernardinho e peguei muita bola das jogadoras do time durante os treinamentos", brinca a atleta.
Depois, Roberta passou por várias equipes, como Santa Mônica, Paraná Clube e Circulo Militar, todos no Paraná, e jogou ainda no São Caetano (em que disputou sua primeira Superliga), no Mackenzie e no Pinheiros, clube que defendeu nas duas últimas temporadas. Também integrou as seleções brasileiras infanto e juvenil, de 2006 a 2009.
Roberta saiu de casa aos 16 anos, em sua primeira convocação para a seleção. "No começo, eu chorava muito. Sinto falta de minha família, principalmente de minha irmã, uma grande amiga. Hoje já sei lidar melhor com a situação, mas a saudade de casa é enorme."
Treinando com a equipe no Rio, Roberta ainda não conhece a titular de sua posição, Dani Lins, que está, no momento, integrada à seleção brasileira - tem enorme admiração pela jogadora, a quem considera segura e decidida em quadra. "Nunca disse um 'oi' para a Dani. Não tive a oportunidade de falar com ela. Mas sei que terei muito o que aprender no convívio diário. Eu admiro sua decisão e atitude. Ela tem presença em momentos importantes da partida", afirma.
E não é só em Dani Lins que Roberta poderá se espelhar. Numa comissão técnica formada em sua maioria por ex-levantadores, incluindo o técnico Bernardinho e os assistentes-técnicos Helio Griner e Ricardo Tabach, a atleta paranaense, natural de Curitiba, tem certeza de que está em boas mãos.
Nos últimos 20 dias, desde que chegou ao time carioca, Roberta faz um trabalho individualizado, orientada por Griner e Tabach. Diariamente, chega à Escola de Educação Física do Exército, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro, meia hora antes das demais jogadoras. Após o trabalho físico na academia, parte sozinha para o ginásio, onde encontra os dois profissionais e outros auxiliares técnicos.
"Eles exploram os mínimos detalhes. Cheguei enferrujada, depois de um período de férias, mas já sinto a diferença. Tanto o Helio quanto o Tabach fazem cobranças construtivas. A levantadora precisa estar concentrada do primeiro ao último ponto do jogo. Tenho essa consciência. Estou tendo uma grande oportunidade em minha carreira e pretendo aproveitar tudo o que eles puderem me ensinar", diz Roberta, que, além de Dani Lins, está empolgada com a possibilidade de jogar ao lado de destaques da seleção nacional, como a líbero Fabi, a ponteira Mari e a oposto Sheilla, também integrantes da Unilever na temporada 2010/2011.
Feliz com a possibilidade de dar continuidade ao trabalho com Roberta, Helio Griner diz que toda levantadora necessita de tempo para amadurecer. "Mesmo de longe, a comissão técnica da Unilever não deixou de acompanhar o desenvolvimento da Roberta desde que ela saiu do programa. Ela tem habilidade técnica, é uma jogadora com qualidades. Ainda não analisamos sua movimentação no jogo, o que acontecerá no decorrer da temporada. O levantador precisa, além de jogar bem, ter personalidade em quadra, conviver com a cobrança e ter liderança", ressalta Griner.
Durante a semana, a equipe da Unilever segue com os treinos físicos e técnicos na Escola de Educação Física do Exército, com folga na sexta-feira, dia do jogo contra Portugal pela Copa do Mundo de Futebol. Na próxima segunda-feira (28/6), a ponteira Regiane e a meio-de-rede Juciely, que foram campeãs no Mundial Militar, disputado na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, se reapresentam à equipe.
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