No próximo dia 26, a meio-de-rede Mara completa 20 anos. Do alto de seu 1,88m, a mineira de Sabinópolis comemora também o fato de ser a caçula da equipe Unilever, time que defende desde 2009. Nestes três anos, sempre como a mais nova em quadra, Mara admite que ganhou experiência, amadureceu e aprendeu a ter paciência, já que é agitada por natureza. Dona da medalha de bronze no Mundial Juvenil do México, em 2007, vive um momento de pura felicidade com o título da Superliga conquistado em abril pela Unilever, time em que conheceu o técnico Bernardinho.
"Ainda me lembro de que cheguei morrendo de medo. Tudo era novidade. Estava saindo do juvenil e começando em uma equipe adulta. E ainda por cima com o Bernardo... Mas, aos poucos, fui descobrindo que ele é um paizão, uma pessoa divertida. Deixa todo mundo à vontade", garante.
A história de Mara no vôlei é das mais curiosas. Nunca havia tocado na bola até ser abordada, um dia, em um restaurante, em Belo Horizonte, por uma jogadora, que, surpresa com sua altura, perguntou se não gostaria de jogar vôlei e deixou um telefone de contato. A moça esperou um mês por uma ligação de Mara até decidir entrar em contato, dessa vez com um convite para um teste no Mackenzie. Sem noção do esporte, Mara apareceu de vestido e sandálias. "Tenho certeza de que só fiquei porque era alta e não pela minha habilidade", diverte-se.
Após jogar quatro anos na equipe juvenil do Mackenzie, Mara integrou o time do Fluminense, no Rio. De lá, foi indicada pelo auxiliar-técnico Hylmer Dias para a Unilever, equipe que verdadeiramente marcou sua carreira. "A Unilever foi meu primeiro time adulto, em que disputei minha primeira Superliga e conquistei meu primeiro título nacional. Hoje, respiro vôlei e, como toda jogadora, meu sonho é chegar à seleção adulta", diz Mara, que está terminando o segundo grau em um curso supletivo.
Além da evolução técnica, Mara conta que seu corpo está mais forte, resistente, por causa da estrutura de treinamento que a Unilever oferece. "Cheguei com uma lesão no ombro direito e tive um excelente tratamento. Em quadra, fazia coisas erradas, sem consciência. Fui corrigida em cada detalhe e sei que minha manchete e meu ataque melhoraram muito", avalia.
Caçula também da família - tem dois irmãos mais velhos, Alípio, de 21 anos, e Magna, de 20 -, Mara conta que já se acostumou com as brincadeiras de todo o time. "Vira e mexe dizem que estou cheirando a leite", revela a jogadora, que, apesar da personalidade forte, aprendeu a dividir o apartamento com outras integrantes da Unilever. "No começo, foi difícil. Mas aprendi a dar tempo ao tempo, sem atropelar as situações. Apesar de extrovertida, às vezes preciso ficar só. Felizmente, sempre houve muito respeito nestes três anos. Os momentos bons sempre superaram todas as dificuldades", finaliza.
Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário